Como foi do conhecimento público decorreu no passado dia 16 o acto eleitoral para os Corpos Sociais Nacionais e Corpos Directivos das Delegações da A.P.V.G. para o triénio 2009/2011.
No que aos Corpos Sociais nacionaos diz respeito, a Lista A, encabeçada pelo Dr. Augusto Freitas, venceu e com uma larga vantagem, o que, agora poderei dizê-lo, me trás a certeza da continuação de um trabalho honesto e comsistente, em prol de todos os Veteranos de Guerra.
Quanto á nossa Delegação, podemos informar que votaram 40% dos associados com direito a voto, tendo a lista única saído vencedora com a totalidade dos votos.
Na qualidade de Presidente eleito desta Delegação apemas posso dizer a todos os veteranos de Guerra do Concelho de Alcobaça de que o grupo de trabalho que me acompanha e que eu acompanho, tudo fará para cumprir o programa eleitoral apresentado e que tudo irá fazer para proporcionar aos Veteranos de Guerra do Concelho de Alcobaça tudo aquilo a que nos proposémos.
A todos os veteranos de Guerra, o meu muito obrigado pela colaboração prestada e até sempre-
José Fialho.
IMAGENS DA GUERRA
Role até final da página e visione algumas fotos inéditas da Guerra do Ultramar.
quinta-feira, 27 de novembro de 2008
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O ACTO ELEITORAL |
quarta-feira, 5 de novembro de 2008
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EXOCIZAR FANTASMAS |
Exorcizar Fantasmas
Alguns “números da Guerra do Ultramar”
Com alguns anos passados sobre a Revolução de Abril de 1974 começa a ser possível arrumar na prateleira da história os conturbados anos das décadas de 60 e 70 que marcaram duramente tantas centenas de milhares de portugueses.
Alguns “números da Guerra do Ultramar”
Com alguns anos passados sobre a Revolução de Abril de 1974 começa a ser possível arrumar na prateleira da história os conturbados anos das décadas de 60 e 70 que marcaram duramente tantas centenas de milhares de portugueses.
Numa primeira fase os que tiveram que ir para a Guerra do Ultramar e na fase seguinte, já depois do “25 de Abril”, os chamados retornados que tiveram de deixar “teres e haveres” em Angola, Moçambique e Guiné, para voltarem ao continente e recomeçar nova vida.
No caso da Guiné o retorno dos portugueses não foi tão significativo mas também há que contabilizar milhares de mortos de naturais da Guiné, que pagaram com a vida o facto de terem lutado sob a bandeira portuguesa.
Depois da saída das tropas portuguesas, no tempo do Coronel Carlos Fabião, os guineenses que tinham incorporado as nossas tropas, foram perseguidos e fuzilados, sem que ao tempo os responsáveis do Governo Português tenham feito alguma coisa para os defender.
É uma página negra da moderna história portuguesa que não é fácil de virar (ou esquecer) para aqueles que, como nós, integraram contingentes de tropas portuguesas durante o período de 1961 a 1974.
Militares
No caso da Guiné o retorno dos portugueses não foi tão significativo mas também há que contabilizar milhares de mortos de naturais da Guiné, que pagaram com a vida o facto de terem lutado sob a bandeira portuguesa.
Depois da saída das tropas portuguesas, no tempo do Coronel Carlos Fabião, os guineenses que tinham incorporado as nossas tropas, foram perseguidos e fuzilados, sem que ao tempo os responsáveis do Governo Português tenham feito alguma coisa para os defender.
É uma página negra da moderna história portuguesa que não é fácil de virar (ou esquecer) para aqueles que, como nós, integraram contingentes de tropas portuguesas durante o período de 1961 a 1974.
Militares
Inicialmente, o regime tenta minimizar os acontecimentos e fala de “ acções de polícia” para manter a ordem. Mas enquanto a guerra de Angola ganhava terreno, desenvolvida a norte pelo U.P.A. (depois F.N.L.A.), de Holden Roberto, e a leste pelo M.P.L.A. de Agostinho Neto ( a U.N.I.T.A., de Savimbi, só aparece em 1966) o P.A.I.G.C. inicia a luta armada na Guiné, em meados de 1962,e a F.R.E.L.I.M.O., em Moçambique, no segundo semestre de 1964. No final de 1960, o dispositivo militar em Angola limitava-se a três regimentos (Luanda, Nova Lisboa/Huambo e Sá da Bandeira/Lubango), dois batalhões de Caçadores (Cabinda e Carmona/Uíge), um grupo de reconhecimento e um batalhão de Engenharia, num total de 6.500 militares, dos quais 1 500 metropolitanos. Um ano depois 33 mil, valor que foi subindo sempre até 1965, ano em que se cifra em 57 mil. No ano seguinte, baixou e, com algumas, oscilações ( 55 mil, em 1970, foi o mínimo), ultrapassou os 60 mil, em 1971, atingindo o valor mais alto ( 65 mil) em 1973. O efectivo , em Moçambique, começou a ser reforçado logo em 1961 ( 11 mil homens), aumentando até 1973, ano em que se cifra em 51 mil. Na Guiné, de cerca de 5 mil homens , passando para 9 mil, em 1963, número que cresce sempre, até atingir 32 mil, dez anos depois. Feitas as contas, os efectivos militares nas três frentes de guerra, em 31 de Dezembro de 1973, totalizavam cerca de 149 mil homens. A campanha Africana começara em 1961 - quase 13 anos que mudaram Portugal.
Mortos
Durante os 13 anos de Guerra, e segundo elementos incluídos na Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África (1961-1974), registou-se um total de 8 290 mortos nas três frentes de combate. O sub total mais elevado refere-se a Angola (3 258), embora a exiguidade do território leve a ter de se referir a Guiné, com 2 070. A grande maioria dos que morreram caiu em combate, e aqui o número mais elevado registou-se em Moçambique (1 481); seguem-se Angola (1 306) e Guiné (1 240).
Feridos
Feridos
O número é difícil de calcular. A Associação de Deficientes das Forças Armadas presta serviços a 13 mil sócios, todos, portanto, portadores de “ deficiência permanente e adquirida durante o serviço militar”.. Estimativas apontam para um total de 30 mil deficientes. Não custa aceitar que o número de feridos, com maior ou menor gravidade, é bastante mais elevado, até porque, em muitos casos, os ferimentos não deixaram marcas. Muitíssimo mais alto é o número de afectados, sobretudo a nível psíquico. Médicos que têm estudado o fenómeno, calculam em cerca de 140 mil os antigos militares “stress de guerra”,uma doença mais grave do que se supõe.
E neste capítulo a dor eterna dos mutilados?!
Quanto aos números dos contingentes das tropas portuguesas nos diversos teatros de guerra e das baixas tivemos acesso a mapa do Estado Maior do Exército que a seguir transcrevemos.
E neste capítulo a dor eterna dos mutilados?!
Quanto aos números dos contingentes das tropas portuguesas nos diversos teatros de guerra e das baixas tivemos acesso a mapa do Estado Maior do Exército que a seguir transcrevemos.
Anexo nº. 6 ao Capítulo III
Recrutamento nos 3 Teatros de Operações
(Período de 1961 a 1973-Totais dos Efectivos)
Estes números não são só estatísticas.
Englobam sofrimentos incontáveis das famílias e dos militares que sentiram na pele a guerra, com um cortejo infindável de dramas pessoais que os acompanharam ou vão acompanhar até ao fim das suas vidas.
Tive acesso a estes números por ter escrito um “Diário de Guerra” enquanto cumpri serviço militar na Guiné durante o período de 1964-66 .O meu trabalho foi citado numa Edição de 1990 do ESTADO MAIOR DO EXÉRCITO(Comissão para o Estudo das Campanhas de Africa – 1961/1974). No volume em causa – “Subsídios para o Estudo da Doutrina Aplicada nas Campanhas de África (1961-1974)” sou citado a páginas 177 da forma seguinte:-Golpe de mão (23) O que se descreve, dando-lhe forma didáctica, fundamenta-se no Diário da Companhia 675, escrito pelo furriel miliciano Oliveira e confirmado pelo então comandante da companhia, Capitão Tomé Pinto.
Exorcizar definitivamente o fantasma da guerra do Ultramar vai durar ainda mais algumas décadas!
Para memória futura fica aqui o meu modesto contributo.
JERO
NOTA: este texto é de autoria do nosso associado JERO e encontra-se reproduzido na íntegra.
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