Organizadas pela Delegação de Alcobaça da A.P.V.G. tiveram lugar no passado dia 20 de Maio de 2010, no Auditório do Edificio Sede do Instituto Politécnico de Leiaia, as 1.ªs Jornadas Médico/Sociais/Stress Pós-Traumático de Guerra e Hepatites.
Presidiu à abertura Solene o representante do Governador Civil de Leiria, Dr. Jorge Sobral, acompanhado na mesa de honra pelo Dr. Paulo Inácio, Presidente da Câmara Municipal de Alcobaça e o Doutor Nuno Mangas, Presidente do Instituto Politécnico de Leiria.
Dignou-se também assistir à Abertura Solene o Presidente da Câmara Municipal de Leiria, Dr. Raúl Miguel Castro.
Teve grande dignidade esta cerimónia inaugural que foi pronuncio de umas jornadas plenas de importantes (e também emocionados ) testemunhos, que ficarão memoráveis para todos que a elas assistiram e, principalmente, para todos que contribuiram.
O ambicioso programa, delineado pela Delegação de Alcobaça, englobou seis painéis, com comunicações de especialistas sobre Stress Pós-Traumático de Guerra - no seu prisma clínico e aspecto preventivo, seguidas de comunicações respeitantes à Rede Nacional de Apoio e seus aspectos jurídicos, ao doente e a sua vida social, ao pale das Forças de Segurança junto dos Veteranos de Guerra portadores de Stress, terminando com um alerta da S.O.S. Hepatites, especialmente dirigido aos veteranos portadores de tatutagens, consumidores de droga e afectados pelo alcoolismo.
Pela importância do que foi dito neste dia 20 de Maio de 2010 apetece-nos dizer desde já que estas jornadas mereciam ter sido gravadas para memória futura.
Porque há muitos ex-combatentes que não comparecem e não se deixam ajudar.
Em passado recente (Julho de 2007)uma equipa coordenada pela psicóloga Ângela Maia, tentou saber quem são e como vivem hoje os ex-combatentes. Concluiu que, no mínimo, 300.000 poderão estar profundamente doentes e abandonados à sua sorte...
Continuam ejm combate mais de trinta anos após o fim da guerra colonial. À noite, são assolados pelas imagens de morte e chacina e,de dia, perpetuam o medo e angústia. Vivem mal com eles próprios e com os outros (...)
Como referiu o co-editor do blog "Luis Graça e Camaradas da Guiné) «... Tocou-nos a todos. Não ficou nas matas e bolanhas da Guiné. Veio connosco nos Uígee e Niassas, pôs os pés em terra na Rocha de Conde de Óbidos, entrou nas nossas casas. Muitos dos nossos pais, das nossas mulheres, dos nossos filhos, sentiram que havia algo em nós que não batia certo.»
Foi este assunto problemático que foi debatido nas 1.ªs Jornadas Médico/Sociais/Stress Pós-Traumático de Guerra e Hepatites, de Leiria, de forma tão séria e empenhada que merecia ter esgotado o auditório do I.P.L., o que infelizmente não aconteceu.
E como ajudar quem não comparece?
Sabemos que os homens da A.P.V.G. não vão desistir.
Em nome dos homens que escaparam vivos da guerra e convivem mal com a paz a nossa gratidão qos que continuam a lutar por essa causa nobvre.
Até que a última urna do último ex-combatente desça à terra... para o eterno descanso.
JERO
